O brasão da família Dantas

Abaixo esta relatado na integra uma carta de brasão de armas do Rei de Portugal (D. Pedro III) a família Dantas no final do século XVIII. O relato é original e foi retirado dos escritos da Real Biblioteca Portuguesa

Corregedores, Provedores, Ouvidores, Jui­zes e mais Justiças de Meus Reynos e especial aos Meus Reys de armas, Arautos e Passavantes,

 Dom José

graça de Deus Rey de Portugal e dos Algarves, da quem, e da Lem Mar em Africa Senhor de Guiné e da Conquista Navegação do Com­mércio da Ethiopia, Arabia, Percia, e da Índia..

Faça saber aos que esta minha Carta de Brazão d'Armas de Nobreza, e Fidalguia virem que o Co­ronel Antonio Soares Brandão, Profeço na Ordem de Christo, Fidalgo de minha Casa, e Meu Serurgião Môr destes Reinos, morador nesta Cidade de Lis­boa me faz petição dizendo, que pella sentença de justificação de sua Nobreza a ella junta proferida pello Meu Desembargador Corregedor do Civel da Corte e Casa da suplicação do Doutor Alexandre José Ferreira Castello. Sobscripta por José Villela Basto, Escrivão do mesmo juizo, e pellos documen­tos n'ella incorporados se mostrava, que elle he Fi­lho Legitimo de outro Antonio Soares Brandão e de sua mulher Anna da Rocha da Freguezia de S. Pe­dro de Rubiaens, concelho de Coura, Comarca de Vianna do Minho.

Os quaes seus Pays, Avós e os mais seus Ascendentes, que foram pessoas muito Nobres, Legitimos, descendentes das familias dos Apellidos de Soares de Tangil, Brandões e Dantas, deste Reyno e como taes se tratarão com Cavallos, Armas e Creados à Ley da mesma Nobreza, servindo na Republica os Lugares de Juizes Vereadores, e no Militar os Postos de Capitães, Mestres de Cam­po, Coroneis, e Governadores de Praças, tendo com muito honra, e Credito, sem que em tempo algum cometecem crime de Leza Magestade, Divina ou Hu­mana; Pello que me pedia elle suplicante por Merce que para a memoria de seus Progenitores senão per­der, e Clareza de sua Antiga Nobreza lhe mandasse dar minha Carta de Brazão de Armas das ditas Familias, para dellas também uzar na forma, que as trouzeram e foram Concedidas aos ditos seus Pro­genitores. E vista por mim a dita sua petição, sen­tença e documentos, e constar de tudo o referido, e que elle as deve trazer segundo o Meu Regimento, e Ordenação da Armaria que lhe mandey passar esta minha Carta de Brazão de Armas na forma que aqui vão Brazonadas, Devizadas, e Illuminadas com Cô­res e Metaes, segundo se achão Registadas no Livro do Registo das Armas da Nobreza, e Fidalguia des­tes meus Reynos, que tem Portugal, meu principal Rey de Armas.

A saber: Hum escudo esquartellado: No primeiro e quarto quartel as Armas dos Soares de Tanjil, que são em Campo Azul, hum rio de agoa, sobre elle hmã ponte de tres arcos com arneas nas guardas, e duas torres humã no principrio e outra no fim tudo de prata e sobre cada torre humã aguia de negro estendida, e no meio da ponte hum Leão de ouro com huma espada de prata guarnecida de ouro; No segundo quartel as dos Brandões, em campo azul,

cinco Brandões de ouro acezos, postos em sautor: No terceiro as dos Dantas: em campo vermelho hu­ma Cruz formada de seis Lijonjas de prata. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos me­taes e cores das Armas, Timbre o dos Soares que he o Leão do Escudo, e Por diferença huma brica de prata com huma banda vermelha. O qual Escudo e Armas poderá trazer e uzar o dito Coronel Antonio Soares Brandão.

Assim como as trouxerão e uzarão os ditos Nobres e antigos Fidalgos seus Antepassa­dos em tempos dos Senhores Reys Meus Antecesso­res, e com ella poderá entrar em Batalhas, Campos Reptos Escaramuças e exercitos todos os mais actos licitos da Guerra e da Paz. E assim mesmo as po­dera trazer em seus Firmaes, Aneis, Sinetes e Di­visas pollas em Suas Cazas, capellas e mais Edifi­cios e deixallas sobre sua propria sepultura, e fi­nalmente se podera servir, honrar, gozar, aprovei­tar

dellas, em todo e por todo como a sua Nobreza convem.

Como o que quero, e me Praz, que haja elle todas as honras, Privilégios, Liberdades, Graças, Mercês, Isenções e Franquezas que hão e devem haver os Fidalgos e Nobres de Antiga Linhagen, e co­mo sempre de todo uzaram e gozaram os ditos seus antepassados, pello que Mando aos meus Dezembar­gadores, CCorregedores, Provedores, Ouvidores, Jui­zes e mais Justiças de Meus Reynos e especial aos Meus Reys de armas, Arautos e Passavantes, e a quaisquer outros officiaes e pessoas a quem essa Mi­nha Carta for mostrada e o conhecimento della per­tencer, e em tudo lha cumprão e guardem, e façam inteiramente cumprir e guardar, como nella se con­them, sem duvida, nem embargo algum, que em ella lhe seja posto porque assim he minha Mercê.

El Rey n. Sr. o mandou por Antonio Rodriguez de Leão seu Rey d' Armas Portugal, Frey Manoel de Santo Anto­nio e Sa da Ordem de Sam Paulo a fez em Lisboa aos vinte e quatro dias do mez de Julho do Anno do Nascimento de Nosso Snr. Jesus Christo de mil setecentos setenta e seis

 O campo de estudo dos brasões denomina-se heráldica. Os brasões não eram fornecidos ao acaso para as pessoas. Tiveram as suas origens em atos de coragem e bravura efetuados por grandes cavaleiros. Era uma maneira de os homenagear e às suas famílias. Com o passar do tempo, como era um ícone de status, passou a ser conferido a famílias nobres no intuito de identificar o grau social delas, assim sendo, somente os heróis ou a nobreza possuíam tal ícone e o poderiam transmitir a seus descendentes.

 ( *Veja também as origens do nome Dantas )

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